18.07.18
Entrevista concedida a Edmundo Cavalcanti
- Fale um pouco sobre você.
Sou engenheira de formação, jornalista (atuo na imprensa no interior de São Paulo há cerca de 25 anos – Jornal, Tv e revista), agora sou também publisher em dois jornais online e um sobre viagens e turismo, palestrante e artista plástica. - Por que a arte?
Comecei a pintar por hobby. Adoro pintar desde criança e à época frequentei aulas de artesanato em madeira e cerâmica. Quando entrei para a faculdade de engenharia em Bauru, fiz muitos cursos de vitral. Mas nunca havia me aventurado em aulas de pintura em tela. Até que os anos passaram e minha vontade de produzir uma arte atemporal se manifestou e assim abracei a arte moderna, contemporânea. Como sou muito agitada, o convencional nunca teve muito espaço comigo. Quero tudo mudando em volta de meus passos, ou melhor, tudo que pode ser mudado para mim. A arte moderna é assim... ela não esta pronta. Cada hora, cada dia, podemos olha-las e ver algo diferente. Depende de nosso estado interior. É claro, que por não saber que material usar, eu precisava de alguma orientação, senão ia colocar um tipo de produto no painel, e ele correria um serio risco de cair, de não ficar lá. Então iniciei aulas com Carmem Herrera em São José do Rio Preto. Na sequencia passei um período com aulas com a magnífica Adalgisa Rímolli de Piracicaba onde minha sogra, hoje falecida, residia. Depois disso, continuei em trabalho solo. - Qual é a sua lembrança mais antiga de querer ser uma artista?
Quando estava no colégio, frequentava com minha irmã, hoje falecida, aulas de pintura em pano de prato e amei segurar os pincéis e misturas tintas. Minha irmã fazia pintura acadêmica com dona Eglantina Zancaner, e eu achava lindas suas telas, mas não era o estilo que eu buscava. Anos mais tarde tudo aconteceu como relato na pergunta anterior. - Quais são seus temas favoritos? E quais materiais utiliza?
Costumo dizer que sou uma artista multifacetada. Gosto de tantos estilos e temas, que a cada dia vou permeando por vontades diferentes. Adoro abstratos, texturas e figurativos. Todas com temáticas bem contemporâneas. Mas agora depois de tantos anos, estou tendo aulas de pintura acadêmica. Porque adoro pintar rostos misturados com técnica moderna. Prefiro tinta acrílica, mas utilizo bastante tinta a óleo também. - Como você trabalha e aborda o tema de suas obras?
Tenho viajado muito para o exterior com meu marido. Visitamos muitas galerias e depois de visualizar diferenças nas obras de muitos e destacados artistas compreendi que minha escolha na abordagem de um tema é muito satisfatória. Ou seja, as vezes uma fotografia de uma parede descascada me inspira. Outras vezes cores em revistas num material publicitário. Mas a maioria das vezes, entro no ateliê, faço uma prece e começo a pintar... o trabalho vai surgindo. - Algum artista te inspira?
Muitos, são tantos que não caberia citar aqui e se começar, poderia desagradar quem não foi citado...rsrsrs. - Quais são as melhores respostas que você teve ao seu trabalho?
Vendas. Houve período que passava dias intermináveis e finais de semana pintando em meu ateliê. Como meus pais almoçavam conosco aos domingos, costumávamos pedir refeição no meu ateliê para ficar um pouco junto deles. Almoçava e voltava para os pincéis. Não tinha um único dia que eu passava sem pintar e entregar encomendas de arquitetos e decoradores. Tenho obras espalhadas pelo Brasil e exterior. Também receber elogios de artistas consagrados me incentiva muito na minha técnica. - O que você mais gosta em seu trabalho?
Poder pintar concentrada nas cores, pinceis, lonas e paletas. Ouvindo uma boa palestra, musica e vendo o que eu idealizo ir passando para o quadro ou escultura que estou criando. - Quais as suas principais participações em exposições?
Nossa, são muitas desde quando comecei a pintar. Minhas obras estiveram em muitas galeria e mostras de decorações (Campinas Decor, Americana Decor, Piracicaba Decor), lojas renomadas e espaços culturais de vários municípios. - As 5 principais e mais recente.
ArtExpo New York, em Portugal: Lisboa (Galiarte), Portimão / Algarve (Galeria Geday) e Porto, na Porto Art Gallery, Austria (The Vienna Workshop Gallery) e Galeria Joh Mabe em São Paulo todas com curadoria de Maria Dos Anjos Oliveira. - Que conselho você daria para outros artistas ou futuros artistas?
Se você está fazendo o que gosta, siga em frente. A manifestação artística acolhe a todos, mas é necessária muita dedicação e perseverança para obter um bom resultado com a arte. - Onde você se vê daqui a 05/10 anos?
Pintando, viajando e tendo o prazer de ver meus trabalhos decorando muitos e variados ambientes. - Planos para o futuro.
Expor e vender mais e mais no exterior. O Brasil ainda engatinha no quesito arte. Temos que educar os jovens para eles visualizarem a arte como ela realmente merece.
Fonte: Arts Illustrated